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Encontros de Motociclismo
Os encontros de motociclismo no Brasil começaram a ter importância
somente a partir da liberação da importação de motos no ano de 1990.
Oferecem uma ótima oportunidade para rever amigos e fazer novas
amizades o que é muito fácil pois todos possuem o mesmo sentimento em
qualquer parte do planeta. Onde encontrarmos um motociclista, a
solidariedade é sempre a mesma, pois todos "falam a mesma língua".
Quase todos os encontros de motociclismo se realizam nos finais de
semana. Geralmente começam na sexta-feira, se estendem pelo sábado e
domingo. Alguns eventos de vulto já começam na quarta-feira, como o
Megacycle de Caraguatatuba (SP) e outros mais importantes duram até uma
semana como acontece no Daytona Bike Week (Florida-USA).
No domingo pela manhã a maioria dos motocicistas já começam a
retornar para as suas cidades de origem, ficando o movimento maior por
conta dos motociclistas locais.
Geralmente, nos melhores encontros, no valor da inscrição (que varia
de R$20 a R$40) estão incluídos : - camiseta (por favor senhores
organizadores, comecem a distribuir camisetas de manga longa - sempre úteis
em viagens - pois meu roupeiro não cabe mais camisetas de manga curta),
lenço, bandana, botom, chaveiro, adesivos, preservativos e outros
brindes, ingressos para boate e até três refeições (geralmente janta
na sexta-feira, almoço e janta no sábado, que podem ser realizadas no
local ou em cidades próximas). Atualmente, em muitos encontros, não ha
nenhuma preocupação em reunir os motociclistas em torno de uma mesa.
O sucesso de um encontro depende de vários fatores como:
- Local do encontro- deve ser realizado na área central da
cidade, em uma praça, por exemplo, uma ampla área com
acesso livre para a população local e de preferência
coberta.
- Divulgação - deve ser divulgado a princípio com
panfletos em outros encontros de motociclismo, com bastante
antecedência ( um ano) para não haver colisões de datas e
proporcionar uma melhor programação dos participantes
deste futuro evento. Posteriormente deve ser enviado um
folder através de uma mala direta que pode ser conseguida
com grupos que já realizaram outros encontros. Este folder
deve conter todos os detalhes da programação, preço, mapa
da cidade e de como chegar ao local , incluindo distâncias
de cidades e capitais próximas, relação de hotéis com
endereço, telefone e preços promocionais das estadias.
- Organização - O moto grupo realizador do encontro não
pode perder o controle do evento. Deve haver uma integração
entre os órgãos de segurança, prefeitura e organizadores.
A área para apresentação de weeling e para zerinhos devem
ser isoladas. Infelizmente por falta deste isolamento já
assisti à morte de um motociclista que acabava de
atravessar uma rua , na minha frente. Ele foi colhido por trás
por um motoqueiro imprudente que mostrava suas habilidades,
mas sem a segurança necessária. Temos uma cultura de
encontros no Brasil que não primam pela segurança, pois
muitas vezes não existe uma organização mais séria, uma
fiscalização adequada e punição. Observo que encontros
no Brasil estão se transformando em sinônimo de barulho ,
devido ao constante e competitivo estourar de motores. Deve
haver local específico para tais atividades e fora destes
tem que haver controle sob pena de virar baderna e tragédia.
Constantes avisos de recomendações, exigências e
lembretes devem ser comunicados em equipamentos de som .
- Alimentação - Os melhores encontros oferecem três refeições
incluídas no preço do ingresso. A janta de sexta-feira é
fundamental (deve existir nem que para isto tenha que ser
bancada pelo motogrupo realizador do encontro), pois irá
reunir todos os motociclistas e quem não se inscrever
sentir-se-á fora do evento. Isto leva a um grande numero de
inscrições porque o motociclista que se inscreve terá as
refeições garantidas e por um preço justo. Outro detalhe
importante a que a maioria dos encontros não atentam é que
as refeições devem ser feitas em locais diferentes
(restaurantes ou clubes) para não haver reaproveitamento de
alimentos. Também tornam o encontro mais dinâmico com
possibilidade de comidas variadas. A tendência atual dos
organizadores (após 2000) é liberar a alimentação ou
deixando somente incluída na inscrição a janta de sábado,
penso que dessa forma o encontro se resume em vários mini
encontros em restaurantes espalhados pela cidade. A
mesa continua sendo um ótimo local para reunir
motociclistas, que somente em encontros pequenos mantém a
tradição e que, aos poucos, muitos organizadores
infelizmente estão abandonando.
- Hotéis: A hotelaria local ou em cidades próximas é
muito importante. Os hotéis devem oferecer descontos nas
estadias para os inscritos no evento. Estamos observando
atualmente em alguns encontros justamente o contrário, a
majoração de preços.
- Valor da inscrição: Atualmente o valor de R$ 40.00,
incluindo três refeições e ingresso para boates é um preço
ideal. Se o preço for superior, corre o risco de haver
poucos inscritos. Se o motogrupo organizador pensar em lucro
no primeiro encontro, está fadado ao insucesso, pois haverá
poucas inscrições: o encontro se resumirá a somente de
rua. No próximo ano, por ocasião do mesmo encontro, poucos
retornarão, pois a notícia de um mal motoencontro passará
de boca em boca rapidamente. Também aqui o sucesso do
primeiro encontro é fundamental para a credibilidade e
realização dos próximos eventos.
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Na janta de sábado, são realizados sorteios de brindes
que podem ir desde camisetas, capacetes até passagens e estadias para
encontros de motociclismo em outros países. Também são entregues troféus
para o motociclista mais velho, o primeiro a se inscrever, o
motociclista que percorreu maior distância, a moto mais original, a
moto mais antiga, a moto de maior potência, o motociclista mais autêntico
e maior motogrupo.
Na programação do evento sempre tem feira de artigos para motos, que são
estandes com espaço alugado pelos organizadores. Geralmente acontece
apresentação de bandas de rock, show de wheeling (equilíbrio sobre
moto), concurso da garota da moto e outras atividades como cabo de
guerra, queda de braço, cavalo de sebo, etc.
Cada local de encontro, em cada cidade, possui um estilo próprio,
caracterizado pelos hábitos dos indivíduos desta cidade. Podemos
observar com bastante clareza a distinção entre encontros do litoral
catarinense e de outras cidades mais para o interior (oeste). Na
Argentina, a maioria dos encontros são de grande simplicidade, a começar
pelas motos que, na sua maioria, são de baixa cilindradas e antigas. Os
argentinos viajam distante para participarem de encontros. Utilizam
muito a barraca de camping para pernoitar junto ao evento. Os
motociclistas argentinos são muito prestativos e amigos (como todas as
pessoas que andam em motocicletas).
Daytona Bike Week
"Ir a Daytona é como ir a Meca.
Não se vê nenhum milagre, mas
sente-se uma grande necessidade
de ir"
O Daytona Byke Week é um mega evento, um dos maiores encontros de
motociclismo do mundo (a maior festa de duas rodas do planeta), e
acontece todos os anos na primeira semana de março em Daytona Beach que
é uma praia, na costa leste da Flórida, banhada pelo Atlântico. A 130
Km ao sul está a cidade de Orlando, onde ficam os parques da
Disneylandia, como o Epcot Center, estúdios da MGM, da Universal, Cabo
Canaveral e outros. A 450 Km, também ao sul, está a cidade de Miami. O
encontro no ano de 1999 foi o 58º evento. São mais de 50 mil motos na
semana do evento. O americano fala em 250 mil motos na semana, mas o
sistema de contagem é feito somando todas as motos que foram no evento
a cada dia, ou seja, contam a mesma moto todo o dia que ela for no
evento. O pessoal se desloca com suas Harleys (90%) , Gold Wings e vários
outros modelos de motos japonesas, de todas as partes dos USA, Canada e
outros lugares do mundo. Outros motociclistas pegam avião e se deslocam
especialmente para este encontro.
Neste evento acontecem várias atrações e em locais distintos num raio
de aproximadamente 4 quilômetros.
A concentração maior acontece da seguinte maneira:
Pela manhã a concentração fica junto ao autódromo de Daytona (na área
externa) na W. International Speedway Blvd (Rota 92). Ali estão
montadas várias barracas de fábricas e de acessórios. As de fábricas
, Honda , Yamaha, Suzuki, Kawasaki e outras , são grandes circos de
lonas brancas em que estão todos os seus modelos e lançamentos. As de
acessórios e roupas são grandes circos de lonas listadas de amarelo.
Existem também estandes só para motos com sydecar, outros só para
triciclos de várias marcas como BMW, Kawasaki Vulcan, Harley, Gold
Wing, e para motos com motor V8 de Corvette como a Boss Hoss.
Neste local, junto ao autódromo, as fábricas colocam suas motos para
teste-drive. O motociclista se inscreve e depois sai em grupos,
acompanhado por guias, percorrendo ruas da cidade. No autódromo
acontece, durante a semana,os treinos para as provas de motocross e o GP
de motovelocidade. No domingo, o encontro culmina com a grande corrida
internacional de SuperSport 500.
À tarde, a concentração maior se desloca para junto a N. Beach St,
mais próximo à praia, mas ainda antes do rio Halifax que passa
paralelo ao mar. Neste local também existe um grande aparato de acessórios,
uma grande loja da Harley, artistas em pinturas de tanques de motos,
exposição de motos , etc.
À noite, o pessoal passa para o outro lado do rio pelas diversas pontes
existentes e se dirigem para a av. Main Street (av. principal), onde
tudo acontece. Nesta avenida, desfilam os mais diferentes motociclistas
com suas Harleys, triciclos, motos com sidecar. Noventa por cento das
motos são Harleys e você não encontra duas iguais. Ao longo desta
avenida, só existem lojas de artigos para motociclistas e bares com
show ao vivo. A avenida vira palco de desfile. O americano gosta de ser
fotografado. Se ele vê alguém puxando a máquina fotográfica, ele pára
a sua moto para ser fotografado.
É comum as mulheres pilotarem suas harleys ao lado do marido também
noutra harley.
Os preços sobem um pouco nesta época do evento. É normal se pagar $2
a $3 dólares por uma latinha de cerveja. Na Main Street, paga-se U$5,00
por um pão com linguiça e mostarda. Nos Estados Unidos, só é
permitido beber cerveja dentro dos bares ou em locais demarcados junto
aos bares. Na rua, só é permitido se colocar a lata de cerveja dentro
de um saco de papel (o que torna de sua propriedade), de maneira que a
lata não apareça, pois a lei americana não permite beber bebidas alcoólicas
em lugares públicos.
Tambem é proibido a venda de bebidas alcoólicas para menores de 21
anos.
A 5 Km para norte de Daytona, temos o Iron Horse Saloom que é bar num
local rústico, semelhante a um forte Apache. No seu interior, existe um
palco para shows, globo da morte, lojinhas de artigos para
motociclistas, gaiola para queima de pneus (nosso zerinho), etc.
O pessoal vai chegando com suas Harleys e vai entrando (não paga) até
lotar. Existe muita liberdade no seu interior. A cerveja é vendida em
lata ou em canecos com a grife Iron Horse. Existe no centro um reservado
onde é feito uma fogueira à noite e, posteriormente vão sendo jogadas
todas as latas de cervejas consumidas. As mulheres, quando solicitadas,
mostram os seios sem constrangimento. Algumas usam calças de couro
aparecendo as nádegas. O pessoal tem um visual bem autêntico de
motociclista easy-rider.
A bagunça é meio organizada, cada um fica na sua. Aquele barulho
ensurdecedor que estamos acostumados a escutar nos encontros aqui no
Brasil não existe, apesar de muitas Harleys estarem com cano reto. O
pessoal tem muita consciência no que se refere à segurança. Para
queimar pneus (não fazem zerinhos), existe neste local um reservado,
tipo de uma gaiola , protegida nas laterais por telas e na tela que fica
atrás da moto existe uma placa metálica para proteger a borracha que
é atirada quando o motociclista acelera, parado, até estourar o pneu.
Quando aquela fumaça levanta , a galera entra em delírio. As leis são
muito severas, então o pessoal já está acostumado com toda essas
regras de segurança.
Clique
sobre o mapa para ampliar.
COMO CHEGAR LÁ:
De Moto: Estou estudando um roteiro e aceito sugestões. O amigo Marcellus
ja chegou lá.
De Avião: Todos os anos, algumas empresas de turismo fazem pacotes que
podem incluir, além do encontro em Daytona, visitas a outras cidades
como New York, por exemplo. Os preços variam de U$ 850,00 a U$ 1200,00
dependendo da extensão do programa. Também pode-se ir por conta própria,
financiando a passagem aérea em até 10 vezes, dependendo da companhia
aérea e da promoção da época.
Quem sai de Porto Alegre faz escala em São Paulo onde deve fazer a
declaração de saída temporária de bens na Receita Federal.
Normalmente declara-se máquinas fotográficas, lentes, filmadoras,
agenda eletrônica e todo bem importado que se está levando, pois, na
volta, sem esta declaração, isso pode ser considerado como compra no
exterior, caso tenha sua bagagem inspecionada pela Receita Federal e o
valor ultrapassar U$500,00.
Tempo de vôo aproximado:
Porto Alegre a S. Paulo com escala em Curitiba: 2:30horas
S. Paulo a Orlando: 9:30horas
O fuso horário em Daytona é 2 horas a menos que o horário brasileiro.
A temperatura no mês de março (fim do inverno) oscila de 12ºC a 24ºC.
A umidade do ar é muito baixa, por isto é recomendado levar manteiga
de cacau ou vaselina esterilizada para passar nos lábios devido ao
resecamento.
Carros para alugar:
Em Orlando existem várias locadoras junto ao aeroporto internacional Mc
Coy. A Hertz não possui agência junto ao aeroporto, mas existem ônibus
da própria locadora que levam, a todo instante, pessoas e bagagens a
sua sede próximo ao aeroporto. É recomendado fazer reserva antecipada,
pois se locar no dia o preço praticamente dobra. Por exemplo, uma mini
van com reserva antecipada custa em torno de U$ 270,00 a semana com
quilometragem livre, mas se não tiver reserva e quiser locar no dia
pagará U$580,00. Outra dica é pegar o carro com tanque cheio e devolvê-lo
também com tanque cheio, pois do contrario você pagará para a
locadora muito mais pelo litro do combustível.
A Carteira Nacional de Habilitação brasileira mais o cartão de crédito
internacional são o suficiente para locar um carro e dirigir nos E.U.A.
Hotéis: Motéis e hotéis simples cobram de U$25 a U$35 pelo pernoite.
PARQUES EM ORLANDO:
Você pode aproveitar a estada e visitar os parques da Disney, Estúdios
da Universal e outros, em Orlando. Para isto, você terá que dispor de
um dia para cada parque. Uma dica para você conseguir ingressos para
estes parques sem pagar é fazer uma visita a um Resort para ganhar um
ingresso. Numa das avenidas principais de Orlando (uma das mais
movimentadas para compras), a Interational Drive nº 6500, existe um
hotel de nome MIC Lakefront Inn onde trabalha (na portaria) um paulista
de nome José Carlos. Ele vai conseguir uma visita a um Resort em
Orlando com direito a café da manha e deslocamento até o Resort em uma
limosine branca, tudo sem pagar nada e na saída você ganhará os
ingressos para o parque que você escolheu. Você tem que apenas
assistir ao que eles têm para vender, durante uma hora e meia, mas você
não mostrará nenhum interesse. Com isso você economizará U$44,00 por
ingresso.
Boa Viagem.....
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